Para os que participam da ciência
e da pesquisa, diariamente utilizam os artigos
científicos como fonte de estudo e também como meio de
publicação de seus trabalhos realizados. Reunimos a aqui nesse artigo, que não
é científico, tudo o que você precisa saber para se inserir sobre o tema. Nada
melhor do que começar pela definição, que é a primeira pergunta sobre o tema:
O que são
artigos científicos?
Artigo científico é o trabalho acadêmico que
apresenta resultados sucintos de uma pesquisa realizada de acordo com
o método científico aceito por uma comunidade de pesquisadores. Por esse
motivo, considera-se científico o artigo que foi submetido a exame por outros
cientistas, que verificam as informações, os métodos e a precisão
lógico-metodológica das conclusões ou resultados obtidos. Em geral, é uma
produção curta que dificilmente ultrapassa 20 páginas. Pode ser resultado de
sínteses de trabalhos maiores ou elaborados em número de três ou quatro, em
substituição às teses e dissertações; são desenvolvidos, nesses
casos, sob a assistência de um orientador acadêmico. São submetidos às
comissões e conselhos editoriais dos periódicos, que avaliam sua qualidade e
decidem sobre sua relevância e adequação ao veículo.
Não
sabe por onde começar? Reunimos dicas que vão te salvar!
A
primeira vista parece difícil e com uma série de regras, mas para começar
encontre sua área de pesquisa de interesse e que motive a realizar a sua
pesquisa. Depois…
1) Conheça as
diferenças entre os estilos
São
3 estilos: informal, jornalístico e acadêmico. Para isso, você precisa ler
textos em que esses estilos apareçam.Mas, para resumir, a escrita acadêmica é
impessoal, a jornalística pretende chamar a atenção do leitor, e a informal usa
linguagem coloquial (gírias, abreviações, etc).
2)
Elimine palavras em excesso e torne a escrita mais objetiva
Como
fazer isso? Coloque em prática o conceito de nominalização.Nominalizar é
transformar um verbo em um nome para remeter a algo já dito anteriormente.
3) Aprenda a diferença entre voz
passiva e voz ativa
A
definição mais simples de voz passiva é: tornar o sujeito de uma sentença o
objeto de uma ação. A voz ativa, por outro lado, tem um sujeito que pratica a
ação sobre o objeto.
4)
Leia artigos acadêmicos sobre o assunto que você vai escrever
Ler
diferentes artigos da sua área de atuação vão te atualizar quanto às novidades
acadêmicas, além de ser uma ótima forma de obter referências
bibliográficas ou fontes de pesquisas. Ao escrever um artigo preste atenção
quanto ao uso da voz passiva. Esse tipo de escrita deve ser feito com
equilíbrio, pois não é predominante no gênero acadêmico.
5)
Consulte as normas técnicas da ABNT
As
norma da ABNT são importantíssimas na hora de formatar seu artigo de forma
adequada. Alguns professores dão tanta importância
a isso quanto dão ao texto em si. Se você pretende publicar o texto em alguma
revista especializada, lembre-se de consultar a folha de estilos da mesma.
6)
Preste atenção nas citações, notas de rodapé e referências bibliográficas
Plágio
é a pior coisa que pode acontecer em relação a um texto desse tipo. Não pense que citar alguém vai desmerecer seu texto, pelo contrário,
citações servem para dar mais força aos seus argumentos.
7)
Elimine o máximo de erros de gramática
Para
isso você deve ler e reler o quanto for necessário. Erros de
ortografia são inaceitáveis em artigos científicos. Lembre-se, também, de
ter cuidado com a pontuação!
Estrutura
dos artigos científicos
Agora
que sabemos o que é, vamos ao como é, abaixo listamos qual estrutura básicas os
artigos científicos no geral obedecem, mas que podem haver pequenas variações:
Título
O
título do trabalho deve ser o mais claro possível e deve permitir identificar o
conteúdo do trabalho ou o tipo de informação que o(s) autor(es) pretende(m)
discutir.
Identificação
do(s) Autor(es)
O
título é seguido do nome completo dos autores, sua qualificação profissional, a
vinculação institucional ou a menção da instituição em que o trabalho foi
realizado. O email do autor principal completa a identificação dos autores do
trabalho.
Resumo
A
parte que antecede o “corpo” do trabalho, consiste de um resumo do mesmo. O
resumo deve conter os principais dados e as conclusões do trabalho. A maioria
das publicações limita o resumo a um máximo de 250 palavras. Sua finalidade é
permitir aos leitores conhecer o teor do trabalho sem precisar recorrer à sua leitura
integral. O resumo serve também para classificar o trabalho e disponibilizar o
seu conteúdo pelas diversas publicações e mecanismos indexadores. Para
favorecer a mais ampla divulgação do conteúdo do trabalho, muitas publicações
solicitam que o resumo (Abstract) também seja apresentado em
Inglês.
Introdução
A
primeira parte do trabalho propriamente dito é a introdução. Esta deve ser
clara e sucinta e deve descrever os objetivos do trabalho. Serve para
introduzir o leitor ao tema da pesquisa, ao problema estudado, aos principais
conceitos envolvidos e aos trabalhos já realizados até o momento. Pode
indicar os motivos que levaram o autor a escrever o trabalho e pode descrever
algumas das informações já existentes sobre o mesmo assunto.
Estrutura básica:
– Antecedentes do problema.
– Descrição do problema.
– Trabalhos já realizados.
– Aplicabilidade e originalidade da pesquisa.
– Objetivo (problema de pesquisa).
– Antecedentes do problema.
– Descrição do problema.
– Trabalhos já realizados.
– Aplicabilidade e originalidade da pesquisa.
– Objetivo (problema de pesquisa).
Erros comuns:
– Orientação mais empírica que teórica.
– Introdução muito longa, incluindo trechos que poderiam ser melhor utilizados na discussão.
– Detalhes excessivos na descrição de estudos prévios.
– “Reinvenção da roda”, especialmente na primeira sentença ou parágrafo.
– Omissão de estudos diretamente relevantes.
– Terminologia confusa.
– Citações incorretas.
– Orientação mais empírica que teórica.
– Introdução muito longa, incluindo trechos que poderiam ser melhor utilizados na discussão.
– Detalhes excessivos na descrição de estudos prévios.
– “Reinvenção da roda”, especialmente na primeira sentença ou parágrafo.
– Omissão de estudos diretamente relevantes.
– Terminologia confusa.
– Citações incorretas.
Material e Métodos
Nesta parte do trabalho, que segue a
introdução, os autores descrevem o tipo e a quantidade das observações feitas,
bem como os métodos empregados para a sua coleta, registro e avaliação.
Mediante a descrição minuciosa dos métodos usados, o autor informa os leitores sobre os detalhes da obtenção dos dados em que se baseia o trabalho. Os detalhes devem restringir-se ao que é relevante ao trabalho.
Mediante a descrição minuciosa dos métodos usados, o autor informa os leitores sobre os detalhes da obtenção dos dados em que se baseia o trabalho. Os detalhes devem restringir-se ao que é relevante ao trabalho.
Estrutura básica:
– Local e condições experimentais.
– Delineamento e tratamentos.
– Controle das condições experimentais.
– Variáveis (avaliações).
– Análise estatística.
– Local e condições experimentais.
– Delineamento e tratamentos.
– Controle das condições experimentais.
– Variáveis (avaliações).
– Análise estatística.
Erros comuns:
– Informação inadequada para avaliação ou replicação.
– Descrições detalhadas de métodos padronizados e publicados.
– Deixar de explicar análises estatísticas não usuais.
– Participantes muito heterogêneos.
– Medidas não validadas; de confiabilidade fraca ou desconhecida.
– Informação inadequada para avaliação ou replicação.
– Descrições detalhadas de métodos padronizados e publicados.
– Deixar de explicar análises estatísticas não usuais.
– Participantes muito heterogêneos.
– Medidas não validadas; de confiabilidade fraca ou desconhecida.
Resultados
Os
resultados encontrados são relatados de uma forma organizada e sistematizada.
Quando se estuda um grupo de casos ou de observações, os percentuais da
ocorrência de cada observação também são relatados. A importância e o
significado de certos resultados podem ser melhor avaliados pela análise
estatística.
Estrutura básica:
– Resultados da análise estatística.
– Estatísticas descritivas (médias, desvio padrão e correlações)
– Estatísticas inferenciais
– Relatar a significância e a amplitude dos dados.
– Análises adicionais (usualmente post hoc).
– Resultados da análise estatística.
– Estatísticas descritivas (médias, desvio padrão e correlações)
– Estatísticas inferenciais
– Relatar a significância e a amplitude dos dados.
– Análises adicionais (usualmente post hoc).
Erros comuns:
– Tabelas e figuras complexas, incompreensíveis.
– Repetição dos dados no texto, nas tabelas e nas figuras.
– Não utilizar o mesmo estilo de redação da introdução e do material e métodos.
– Não apresentar os dados prometidos na seção material e métodos.
– Análise estatística inadequada ou inapropriada.
– Tabelas e figuras complexas, incompreensíveis.
– Repetição dos dados no texto, nas tabelas e nas figuras.
– Não utilizar o mesmo estilo de redação da introdução e do material e métodos.
– Não apresentar os dados prometidos na seção material e métodos.
– Análise estatística inadequada ou inapropriada.
Discussão:
Neste segmento do trabalho as
observações de outros autores referentes ao tema do trabalho podem ser
descritas, para comparação. Os resultados encontrados são detalhadamente
discutidos e o seu significado é apontado. A discussão pode ser mais ou menos
ampla, conforme o tema estudado.
Estrutura básica:
– Relacionar os resultados com as hipóteses.
– Interpretações: esperadas versus alternativas.
– Implicações teóricas, para a pesquisa e para a prática.
– Limitações do estudo: aproximação com o estudo ideal.
– Confiança estimada das conclusões.
– Explicitação de possíveis restrições para as conclusões.
– Identificação de procedimentos metodológicos pertinentes aos resultados.
– Recomendações para pesquisas futuras.
– Relacionar os resultados com as hipóteses.
– Interpretações: esperadas versus alternativas.
– Implicações teóricas, para a pesquisa e para a prática.
– Limitações do estudo: aproximação com o estudo ideal.
– Confiança estimada das conclusões.
– Explicitação de possíveis restrições para as conclusões.
– Identificação de procedimentos metodológicos pertinentes aos resultados.
– Recomendações para pesquisas futuras.
Erros comuns:
– Repetição da introdução.
– Repetição dos resultados.
– Discussão não baseada nos propósitos do estudo.
– Não esclarecer as implicações teóricas e práticas dos resultados.
– Discussão não baseada nos resultados.
– Hipóteses não discutidas explicitamente.
– Apresentação de novos dados.
– Repetição da revisão da literatura.
– Especulações não fundamentadas.
– Recomendações não baseadas nos resultados.
– Repetição da introdução.
– Repetição dos resultados.
– Discussão não baseada nos propósitos do estudo.
– Não esclarecer as implicações teóricas e práticas dos resultados.
– Discussão não baseada nos resultados.
– Hipóteses não discutidas explicitamente.
– Apresentação de novos dados.
– Repetição da revisão da literatura.
– Especulações não fundamentadas.
– Recomendações não baseadas nos resultados.
Conclusões:
A análise dos resultados encontrados e
o seu significado no contexto em que foram estudados levam às conclusões do
trabalho. Esta seção deve ser bastante clara e concisa. Quando os resultados
não forem inteiramente conclusivos, isto deve ser apontado.
Referências
A
última parte do trabalho é a coleção de referências efetivamente consultadas
para o preparo e a elaboração do trabalho. Esta pode ser apresentada pela ordem
de citação no texto ou pela ordem alfabética dos nomes do primeiro autor de
cada referência. Deve-ser adotar o padrão ABNT para citações e
referências. Para saber mais sobre o tema, confira nosso post Regras ABNT
para projetos e artigos.
Ferramentas
e sites para encontrar artigos científicos
Quando
trata-se de encontrar algo, nada melhor do que o Google, para nossa sorte eles
também fizeram uma ferramenta voltada para pesquisa e ciência, o Google Scholar
ou Google Acadêmico que é um bom ponto de partida para
pesquisar sobre um tema ou artigos científicos de uma determinada área.
É
muito importante que você saiba melhor a importância do Google Scholar para sua vida
acadêmica. Para uma lista mais completa de ferramentas e sites você
pode conferir a lista 100 sites indispensáveis de pesquisa científica e
acadêmica
Critérios
de avaliação de trabalhos científicos
Os
avaliadores dos eventos, revistas e periódicos seguem uma linha geral de
avaliação que é importante sempre atentar na hora de realizar as revisões
finais do seu artigo:
1Relevância (enquadramento
do artigo) – observe se o artigo produzido se adequa a publicação ou evento. É
imporante uma pesquisa prévia de quais eventos e publicações mais se adequa ao
seu artigo produzido.
2.Originalidade –
no geral os avaliadores são pessoas experientes que já possuem um vasto
conhecimento na área para detectar se um trabalho produzido é original ou
possui cópias demasiadas.
3.Mérito
técnico-científico – atentar para a clareza da metodologia científica
aplicada e os resultados obtidos que sejam relevantes para a área de pesquisa.
4.Apresentação (conteúdo
com forma) – atentar para as normas e modelos estabelecidos pelo evento ou
publicação. Desrespeitar as regras e formatos em muitos casos pode resultar na
reprovação do artigo.
5.Organização
e legibilidade (readability) – uma boa escrita, comunicação e
utilização de boas práticas e normas da área de pesquisa é essencial para que
os avaliadores possam entender de forma clara o trabalho.
6.Referências(
normas adotadas, mais conhecida na área da saúde – estilo de Vancouver, com a
citação das referências no texto na ordem numérica) – sempre que forem
utilizadas referências para comparativos e direcionamento da pesquisa é
obrigatório realizar a citação e ao final organizar a lista de referências
utilizadas.Além dessa linha geral cada banca poderá ter seus próprios critérios
específicos de avaliação, que no geral são discriminadas na chamada para
submissão. Estudar esses critérios é a melhor forma de aumentar suas chances de
publicação do artigo.
Qualquer
pessoa pode publicar artigos científicos?
Até
mesmo crianças já realizaram publicações científicas sob orientação de um
professor como mostramos em Royal Society publica artigo científico escrito por
crianças. Você pode publicar um artigo desde que seja aceito
pelo congresso e/ou revista ao qual foi submetido. Na maioria das revistas
acadêmicas o aluno de graduação e até mesmo do mestrado só pode submeter artigos
em conjunto com o orientador. Já nos anais de eventos científicos o artigo não
possui a necessidade de um orientador.
Assim
como a presença do organizador se torna obrigatória a vinculação com uma
universidade reconhecida pelo MEC é essencial para a publicação em periódicos
acadêmicos, assim como em eventos científicos. Grupos de pesquisa também podem publicar em conjunto, desde que sigam as
regras estipuladas pela comissão avaliadora. Muitos eventos permitem a
publicação de artigos por mais de 1 pessoa até no máximo 5. Já as revistas
acadêmicas vão divergir de acordo com a coordenação. Não importa a sua
formação, mas a qualidade do trabalho! E quem decide isso é a comissão
científica que analisa os trabalhos submetidos.
Onde
publicar artigos científicos?
Os
artigos normalmente são publicados em revistas científicas classificadas
por área e podem ser nacionais ou internacionais. No Brasil, as revistas são
classificadas pelo Qualis, que nada mais são que procedimentos
utilizados pela Capes para avaliar a qualidade dessas
publicações. Quando for publicar, procure selecionar periódicos que se
enquadrem ao tema abordado. Assim que escolher a revista em que
pretende publicar, consulte as normas de publicação, normalmente disponível no site
da revista, pois cada periódico tem suas regras. Um opção muito para quem está
começando é publicar o trabalho em congressos, simpósios, seminários
e outros eventos da área, pois as regras normalmente são mais simples e as
avaliações mais rápidas. Você pode encontrar esses eventos no site do CNPq .